Francimar Batista Silva
Karine Albuquerque
RESUMO
O eixo central da discussão surgiu da necessidade de dirigir o olhar ao cenário que compõe o contexto escolar para analisar a chamada prática de bilinguismo do surdo que tem sido implantada, em escolas da rede pública, que trabalham com a proposta de inclusão.
O presente estudo foi conduzido em duas escolas públicas municipais com alunos surdos profundos pertencentes à classe sócio-econômica baixa.
Para a configuração desta pesquisa, optamos, como referencial teórico, pela vertente sócio-histórica, na qual procuramos elementos norteadores para circunscrever a temática deste estudo.
Os dados apresentados, nesta pesquisa, foram coletados em dois momentos distintos: na primeira escola, a coleta foi iniciada no primeiro semestre de 2008, durante o período de 18/04/08 à 30/06/08. Já na segunda escola, teve início em maio e se estendeu até julho de 2009.
Foram utilizados os seguintes recursos metodológicos: observações em salas de aula (regular e de apoio); registro através de fotos de algumas atividades desenvolvidas pelos alunos surdos com as professoras ouvintes, os colegas (ouvintes e/ou surdos) e o intérprete de LIBRAS; questionário aberto aplicado às professoras e ao intérprete de LIBRAS, com o intuito de coletar informações sobre suas visões de inclusão, educação bilíngüe e de aluno surdo; algumas atividades escolares, realizadas pelos alunos surdos; investigação de dados em prontuários da escola; diário de notas de campo; entrevista; entrevista semi-estruturada com uma professora do ensino regular.
Procuramos, nesta pesquisa, problematizar as tensões instauradas na educação de surdos para, a seguir, analisar a situação de bilinguismo que há (ou não) nas escolas investigadas.
É, portanto, desse contexto e dessa prática escolar, que nos propusemos a tecer algumas reflexões sobre a chamada educação bilíngue para alunos surdos que está sendo instaurada, em especial, na escola qualificada como inclusiva.
PALAVRAS-CHAVES: EDUCAÇÃO DE SURDOS; INCLUSÃO ALUNOS COM SURDEZ; BILINGUISMO.
Por fim nós como profissionais intérpretes atuantes nas redes públicas e privadas de ensino, estamos expondo essas considerações pelo fato de acreditarmos na contribuição de alguma forma com as instituições que pretendem instaurar este processo de inclusão, e/ou profissionais capacitados para tal a efetivarem a verdadeira escola inclusiva e por um ensino verdadeiramente bilíngue.
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